Começou com um susto. Dessa vez não perdi meu norte. Fiquei satisfeito de você ter dado uma satisfação, você não me dava muitas. Sem drama, sem cobrança também. Senti que peguei pesado com você. Senti que não sulbi terminar nosso sei lá o que. Namoro? Se não era, era quase. Talvez até fosse. O final seria o mesmo. Separação. Por mim, até logo. Por você, definitivamente adeus. Tchau então. Do seu lado encontrei um rumo. Rumei sozinho. Sozinho com você do lado. Loucura, né? É. Nosso relacionamento foi assim. Não remado. Capotante. E eu adorava. Adorava deitar do seu lado e ir caindo da cama. Adorava colocar o pé no freio sendo que eu estava na carona. Quase ia bater. "Mano, ainda tem um espação." Não teve. Bateu. Batemos. Bati. De cara com a minha insegurança. E meus medos. Você é bacana. Feito uma louca. Na sua imaturidade conheci uma pessoa que me apaixonei pela maturidade, princesa. Princesa. Que sonhava com um conto de fadas e acabou numa novela mexicana? Sem direito nem à um adeus decente. Achei que não merecia, ou achei que não precisava? Não importa. O desenrolar foi esse. Não te dei valor, sendo que você tem. Te magoei, sendo que você não merecia. Fiz cagada. Fiz cagada e na real eu queria era te agradecer. Você se importou comigo. Você me deu valor. Bem injusto. Eu hoje não estou pronto pra você. Obrigado pelos sorrisos. Obrigado pelos abraços quentinhos. Obrigado pela preocupação de querer me ver bem. Estou bem. Remando e remando. Dessa vez sem capotar espero. Estou dando um retoque no acabamento. A estrutura continua frágil. Mas pareço bacana. Quem sabe não vinga? Você é especial. {φ, τ, princesa}.  Por todos meus defeitos descritos em uma lista com >30 itens, não me desculpo. Magoou um pouco, não vou mentir. O que foi escrito, escrito foi. Nem as lagrimas, nem uma bucha apagam. Seja na parede, seja no papel. Vai continuar aqui escrito que você me ama, igual outras já amaram. Por você tenho admiração e respeito. Carinho. Fico satisfeito que você está tranquila. As idéias fluem num ritmo que não consigo mais acompanhar o pulso. Por você eu pulso e você me faz pulsar. Coração mesmo. Meio arrítimico. Não chega a ser patológico. Mas era preocupante, a decisão foi preventiva. Por você me derreti e acabei te dando um gelo. Amargo. Nada doce. Doce foi a sobremesa. Outro dia fui vê-la novamente. Pra minha surpresa o conteúdo estava bloqueado. Não entendi. Perguntei. Continuei não entendendo. Agora entendo. Não vou te esquecer. E não vou te apagar da minha parede. Você não é passado. Relacionamentos não ficam no museu. Tampouco num outdoor. Se é necessário o anúncio, não deve estar vendendo bem. Anuncio agora, saudade. Porque você não ta comprando. "EXTRA, EXTRA!". Eu te amo. Te amo nas curvas escuras de uma estrada de terra. Amo suas curvas. Amo os excessos. Os meu de velocidade. Os seus de ciúme. Os nossos de planejar. Até desenhamos, lembra? Uma casínea. Agora enxarcada. E nem tem problemas na tubulação. O problema deriva das janelas - da alma - abertas. Já fechei. Uma hora seca e torna a ser habitável. Mesmo com condições talvez nunca seja. Os prováveis moradores não concordam em alguns termos do contrato. Uma acha, inclusive que nem reformas sustentariam tal edificação. O outro acredita que o alicerce, mesmo com uma fundação meia boca, aguenta o tranco. Divaguei. Devagar. Com calma. Já é tarde. Obrigado por tentar. E insistir. Insisto no até logo. Por enquanto, adeus.

Minha avó, outro dia, quando estávamos conversando na mesa do café, depois de eu ter falado mais uma vez pro meu avô que ele não precisava guardar tanta tralha, soltou "sem querer":
- Só de computador tem seis. Um estava até quebrado, joguei fora.
Ele, assustado, indagou:
- Jogou fora, Zula!? Não pode...
- Todo quebrado. Joguei na caçamba.
- É meu computador, Zula. Eu que decido se é ou não pra jogar fora.
- A caçamba ainda tá lá fora...
Dona Zula, com um humor inglês que eu ainda não havia presenciado, completou rindo litros:
- ...vai lá ver se ainda ta lá!
Rimos todos - exceto seu Vantoir. 
- Isso não se faz, Zula! (bravo)

Luis,
o Impossível.
- herói das probabilidades -
"gente, como é possíbel?"
o acaso, conquanto, desenrola-se
desta forma
na melhor das intenções
- E de boa vontade!
colabora com o coração
sem êxito, todavia
explica-se
"mas eu só queria ayudar!"

Vó,
Chego ao meio dia
Você sabe que é depois
Acredite, meio dia aí estou
Faz macarrão vó?

Vó,
Você me entende
Você me conhece nessas palavras
Sem pretensão dialética
Só eu, no seu colo - você no meu coração

Vó, vou semana que vem
Chego pro jantar
Amanhã tomamos sorvete

Vó, volto na semana próxima
Chego ao almoço
Espero o cardápio: abraço da vó.

Mais Mena, Menos!

Não era mais cheio, não era mais vazio
mais ou menos
não era como Márcio imaginava ou como Mirlane contava
era Meio cheio - disse Mena
meu amigo de cinema; qual filme indagavam enquanto Marley sorria
já era tarde, ainda em tempo, mas a chuva impedia
em Duas tendas lá expostas o amor protegiam
Guanabara ou Pampulha, em um parque estariam

sístole cética, diástole devota

Num céu falto de estrelas, havia uma Polaris.
Havia.
Circunscrevendo meu itinerário por entre mentes e almas incógnitas.
Não mais a há.
Livre e desconcerto continuo nesta profusão por entre corpos e cabeças e lábios e olhares e toques e nuances - ainda anônimas.
Num continium roteiro desconhecido, ainda morno, esvaindo enquanto ferve e principia a evaporar.
Pois ainda havia.
O delito da inexistência de um norte existiu. Sujeito desconhecido ainda que presente.
Num presente em que presentes são escassos.
Num presente em que um raro e oportuno acalanto é valioso.
De tanta valia que transgride a incerteza da dúvida dissipando o anonimato.
Não se engane, o responsável pela violação da rota ainda é a junção de dois seguimentos de retas com o mesmo tamanho (ainda que diminutos) ortogonalmente.
Trajetórias opostas que se uniram ao encontro daquela luz pulsante no céu de uma noite escura e sombria.
Num único ponto singular. Ínfimo e infinito. Que teve seu fim num pulsar destoante.
Não mais o há.
Há agora outro corpo, outra cabeça, outro lábio e outro olhar. Outras nuances.
Nuas.
Guiado por essa nudez carnal pulso. Cada pulsar determinando um novo curso. Na estrada. Na vida.
Posto que viver é pulsar. Vivo.
Vivo desafiando o desconhecido. Vivo a pulsar e buscar um tino. Que tinha. Quietou. Não mais pulsa o que havia?
Afirmo o incerto num pulso duvidoso. Pois se não souber em que ritmo pulso, como poderei pulsar?
O fato é que, de fato, o pulso factualmente pulsa. Até não mais pulsar.
Assim saberei (saberemos); quando o pulsar cessar.
Enquanto pulsamos, mantenho me dúbio sobre a certeza que afirmo não saber.
Pulsar é viver.
Viver é desconhecer.

através de um caleidoscópio

Quando se esquecer. Do que? De você. Pode ser que seja ao atravessar uma tempestade. Imagine se seu cachorro se afogar. Lute com os dentes. Você e ele. Você ainda tem no seu bolso aquela foto que vai ter fazer lembrar. Isso sou eu. Eu sou assim. E dar forças. Pra continuar lutando. Lutar do tupiniquim viver. E viver é colorido. Muito colorido. Tantas cores! E são todas tão lindas. Vão tentar te enganar. Não duvide. Quem? Ninguém. Só quem pode te enganar é você. Mas você é colorido. Sou? Não se engane! É sim, lembra? Lembra daquele som? Aquele da sua infância. Tu turu turuu! Lembro. Guardei debaixo de uma pedra toda colorida. Meu mundo. Por que mesmo que ele se foi? Não conseguia entender. Fui atrás. Aí que chegou a tempestade. Mas já passou. Nos salvamos e continuamos a procurar. Ele, meu mundo. E entender também. Mas que diacho de lugar é esse? Tudo tão escuro e cinza. Sem música. Sem cores. Sem vida. Que sentimento estranho. Nunca senti isso antes. Parece apertado e... triste. Trim trim. Olha! Uma bicicleta. Parece tão divertido. E esse moço tem um negócio esquisito, gente! Esse não faz barulho quando assopro. Será que.. é de olhar? Tu turu turuu... Olha! Que coisa estranha! Não parece nada que já vi antes! Acho que... gostei! Tão colorido!





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